31.5.07

Tenho um bebé

que adora bebés.

Tem perdição. Dá gritinhos de alegria e excitação cada vez que vê um bebé num livro ou na televisão, ao mesmo tempo que, com uma vozinha pequenina, diz bé-bé. Não vibra assim, com mais nada na vida. E se vir um bebé de verdade, então fica mesmo feliz, ao mesmo tempo que lhes dá imediatamente a sua chucha, o acto supremo de partilha. Adora os nenucos da Joana, dá-lhes leitinho e abana-os enquanto faz um som de óóóóó para os pôr a dormir. Dá-lhes colinho e alguns são quase maiores do que ela. Encosta a carinha neles que é o beijinho à sua maneira.

Se soubesse como também é apetitosa, morria de amores por si própria.



29.5.07

Se há coisas de que tenho saudades

da Rita muito bebé, era de quando me aproximava da cama dela e ela acordada mexia tanto as pernas e os bracinhos, para cima e para baixo, que parecia que a qualquer momento ía levantar voo.*

*(E chegava a imaginá-la a fazê-lo, como se as pernas e braços fossem as hélices e lá ía ela pela casa a esvoaçar e a rir à gargalhada.)

28.5.07

É bom ser pequenino.

"Mãiii, cuidado! Dei um pum muita mal-cheiroso!"

E ainda acrescentou: "Parecia uma campainha!" Mas aqui, já eu estava longe...

24.5.07

Tanto desarruma tudo

que parece que estiveram 30 crianças na sala a brincar, como tem um chilique e fica aí durante meia hora a arrumar a sala ao pormenor, tudo tim-tim por tim-tim, enquanto me ordena para ficar quieta porque é só ela a arrumar (e eu obedeço!). A sala fica tipo museu. E a Rita é proibida de brincar.

É para aí de ano a ano, mas é sempre bonito de se ver.

23.5.07

Todos os dias

quando ligo a televisão, anseio por ouvir um "última hora" com o aparecimento da pequenina Madeleine. Não consigo nem quero imaginar a angústia de viver um pesadelo destes. Não consigo nem quero imaginar não ter o calor das minhas filhas, as vozes, o choro, as gargalhadas. Não poder dar o banhinho, nem as colheres de sopa. Não poder dar-lhes a mão quentinha para atravessar a rua ou para não terem medo ao adormecer. Não poder ler-lhes uma história e ouvi-las pedir mais uma e outra. Não poder sentir o cheirinho delas, só delas.

Imaginá-las longe, desprotegidas, confusas, sofridas.

Ainda não tenho máquina fotográfica.

Não se nota nada, pois não?

21.5.07

A simplicidade de um bebé

para resolver uma situação conflituosa:

Imaginem. A Joana deitada no chão da sala com uma birra daquelas. Deitada de costas a gritar e a chorar como se o mundo fosse acabar.

A Ritinha a rondar a Joana, muito espantada a olhar para aquele espectáculo deprimente. Só faltavam os bracinhos atrás das costas para ainda dar mais aquele ar de quem andava por ali a rondar e a ver a paisagem.

Eu a tentar acalmar a Joana, sem sucesso. E portanto parti para aquela fase em que se ignora a birra e a criança.

A Ritinha continua a rondar a Joana, que continua deitada no chão de barriga para cima e que grita de goela tão aberta que até dava para ver as amígdalas.

Não vai de rodeios, pega numa daquelas missangas médias e enfia-a na boca da Joana, cirurgicamente, com o ar mais natural do mundo.


A Joana ficou completamente engasgada a tentar cuspir a missanga que entretanto ficou presa na garganta e eu a tentar fazer o mesmo. Quando conseguiu, eu não conseguia parar de rir. E ela contagiada também não.

E assim se resolveu uma birra monumental, sem gritos, nem palmadas. Com uma simples missanga na goela.

20.5.07

Devia haver

uma entidade qualquer, que nos desse assim uma trolitada, uma martelada na nossa cabeça cada vez que dizemos parvoíces.

Eu - Eh lá Joaninha, tens a pele da cara a caír.
Ela - (ar de pânico) O quêêêê???
Eu - (achando que ela provavelmente estaria a pensar que a pele cai e não há outra por baixo, saio-me com esta frase maravilhosa, muito sábia e tranquilizadora.) Ahahahaha, agora a pele cai e fica a ver-se a tua caveirita! Ahahahah!
Ela - (simula desmaio e começa a rir e a chorar ao mesmo tempo). Aaah, não mãe, não queroooooooo!!!!
Eu - É mentira, estou a brincar, por baixo dessa pele tens muita muita pele até ao esqueleto. (pimba, palavra chave antes de ir dormir. Esqueleto.)
Ela - aaaaaah, esqueleto, não queeeeerooooo!!!
Eu - Pronto, querida, esquece, esquece... não te preocupes, estava só a brincar! É assim: a pele fica velhinha por ter apanhado sol e cai e depois a que está por baixo é ainda mais linda. Maravilhosa.

E pronto, lá se acalmou. Mas precisou de companhia para adormecer.

Merecia ou não merecia um calduço daqueles?

18.5.07

31 aninhos!

E ainda ouço coisas destas:
"Ah tão novinha e já com 2 filhas!"

Tão novinha.

: )

31 aninhos...

... e a minha cunhada R. encontrou-me no outro dia 2 cabelos brancos assim daqueles que até parecem mais grossos que os outros cabelos, que é para se destacarem bastante e que até parece que estão assim meios desalinhados e mais espetados que os restantes porque não queremos que estas coisas passem despercebidas, claro que não.

Mas eu continuo a achar que são 2 cabelos muito louros. Humpf.

Há 31 anos

não havia ecografias. Eu estava sentada dentro da barriga da minha mãe, mas a médica não sabia, porque achava que o meu rabiosque espetado era a minha cabeça. No dia do parto, foi tudo muito rápido e a médica nem teve tempo de pôr as luvas. E foi aí que deram com o meu rabo, em vez da minha cabeça.

Gostava de me lembrar da cara da médica nesse preciso momento.

17.5.07

Huuuummmmm....


"... ó práli um baldinho tão lindo cheio de aguinha do mar salgadinha pra eu devorar!"

16.5.07

Saudades


. Dos pequenos-almoços cheios de bolinhos, sumos naturais e croissants quentinhos. (aqui em casa come-se carcaça de fábrica com manteiga e leite com café.)
. Do calor a toda a hora, quer fossem 5h da manhã ou 23h da noite. (apesar da humidade, que era tanta, que se abríssemos a porta da varanda por pouco tempo que fosse, o chão do quarto ficava molhado e depois era ver a Rita patinar e dar grandes aterradelas no chão. A graça, que não tem graça nenhuma, e que até me irritava bastante, é que ela achava que escorregava por causa das sandálias e portanto cada vez que as queria calçar, era uma gritaria daquelas. E como é que eu sei que às 5 da manhã estava calor? estão vocês a pensar, lá está ela a exagerar, às 5 da manhã estava mas é a dormir. Mas não, enganam-se. Houve um dia que tivémos que acordar a essa hora para uma excursão e outros dias acordei a essa hora ainda toda trocada com os horários. E estava sempre muito calor.)
. De ver a Rita feliz à beira-mar (a comer areia, claro está)
. De ver a Joana com os dedos enrugados de tantas horas dentro da piscina
. Daquela cama king-size (onde não pus o sono em dia, porque a Rita dava a alvorada às 6h, no máximo 7h da manhã. Um amor.)
. Do cheirinho a creme de praia a toda a hora (deviam inventar um perfume com o cheirinho a creme nivea da praia)
. De não me ter que preocupar em vestir casacos às meninas e de não ter que ter cuidado com as correntes de ar
. De não ter de limpar ranhos a toda a hora
. Da Joana com apetite (a praia faz maravilhas!)
. Daquela água clarinha e transparente onde me fartei de nadar.

Não há dúvida que viajar vicia. E já só penso na próxima. Seja ela qual for.

15.5.07

Porque será

que ainda ninguém se lembrou de inventar uns "pára-sóis" para carros realmente eficazes. Porque aquelas coisitas ovais com bonecadas ou mesmo todos pretos são muito irritantes. Para já estão sempre a caír, depois ocupam apenas metade da janela e devem filtrar aí 5% dos raios de sol. Ou seja, não servem para nada e anda tudo para aí com fraldas de pano penduradas nas janelas, que nos tiram visibilidade a nós condutores e às criançinhas que barafustam o tempo todo porque querem ver a rua. Além disso, em dias de chuva ficam ensopados.

E já agora, não há niguém que invente bolacha maria já ralada, assim num pacotinho, pronto a comprar e pronta a usar? Anda tudo a dormir ou quê? (se estivesse aqui a Joana já me estava a dizer "não se diz ó quê!")

14.5.07

Delírio dos delírios.

Na véspera da viagem, quando fechávamos a mala e decidíamos levar o portátil do Nuno para vermos a 4ª série do 24:

Eu - Não vale a pena levarmos a série toda. Se calhar não vemos mais do que 2 episódios por dia. (aqui já estava francamente a delirar)
Ele - Naaaa, claro que vemos, talvez até mais (falando em delirar...)
Eu - Achas? É que só vamos ver quando as miúdas estiverem a dormir. (pois...)
Ele - Claro que sim, levamos toda. (ok, não estás mesmo a ver o filme)
Eu - Está bem. (e tu então...)

Toda. 24 episódios.

Quantos vimos, quantos vimos? Zeeeero.

Estou sem máquina fotográfica.

Deu o berro, muito silenciosamente deixou de funcionar. Por isso prevê-se escassez de posts nos próximos dias.

11.5.07

Ainda das férias

A Rita adormeceu com um pão enfiado na boca. E a Joana caíu da cama de noite e nem acordou. Agora precisam de férias para recuperar das férias.

10.5.07

Das viagens de avião

. são cada vez mais apertados. e todos os pais que viajam com um bebé, queixam-se dos lugares que têm.
. viajar quase 8 horas com um bebé ao colo é dose.
. viajar quase 8 horas com um bebé ao colo que não dorme é dose.
. viajar quase 8 horas com um bebé ao colo que não dorme nem come é dose.
. quando achamos que o nosso bebé é o mais mal-comportado de todos, há sempre alguém pior que nós.
. E isso dá um certo gozo. Ver as desgraças dos outros enquanto o nosso parece um anjinho, nem que seja por 5 minutos.
. a turbulência começa sempre quando estou na casa-de-banho.
. o sinal de apertar os cintos repentino ilumina-se sempre quando estou na casa-de-banho. Dilema: acabo o que estava a fazer ou vou-me embora esbaforida para o meu lugar?
. a turbulência piora sempre durante as refeições. Certinho.
. o tempo que ficamos com os tabuleiros à frente, num espaço já tão apertado! Demoram eternidades a recolhê-los. Será que pensam realmente que precisamos de 1 hora para comer uma caixinha liliputiana de comida?
. a comida de avião está cada vez pior.
. quando se pede a bebida para a refeição e se viaja com um bebé e uma menina eléctrica convém beber tudo de uma vez ou arriscamo-nos a que uma menina eléctrica dê uma trolitada na mesa e a bebida salte da mesa directamente para cima de nós. Cabelo, roupa e bancos encharcados.
. Ter como certo que lá por a viagem ser de noite, vamos ter as meninas a dormir o voo inteiro. Naaaaaaa.
. Trazer um livro na mochila para se ler durante o voo. 3 bancos para 4 pessoas. Livros para quê, pode-se saber?
. Mesmo quando chegamos às 5h da manhã não temos uma manga no aeroporto para sairmos directamente. Não, lá temos nós que apanhar o belo do autocarro e dar a volta ao bilhar grande.
. Mas no meio de todo o caos que é viajar de avião com 2 crianças e só 3 lugares ainda consegui ver um filme bem giro, com um banda sonora linda.

Prato do Dia


Areia e água do mar.

9.5.07

É 1h da manhã cá

e são 20h da noite lá. Tenho fome mas não tenho sono.

No mar


Férias com um bebé

não são propriamente férias para descansar e eu ía mentalizada para uma viagem em que pudesse ler um livro, relaxar a cabeça. Não sei porque é que estava tão optimista. Esquecemos. Filtramos.

A única altura em que a Rita estava realmente calma, era à beira-mar a comer areia, a espetar a chucha na areia e pôr na boca e a beber água do mar. Feliz da vida. O resto do tempo andava em ponto de rebuçado. Não comia porque não tinha dormido. Não dormia porque não tinha comido.

Um bebé com jet-lag.

Férias no quentinho



E o mar consegue ser tão turquesa. E a areia tão branca. Gosto tanto.