17.7.07

O chão flutuante

não dá jeito nenhum para quem tem bebés com medo de ficarem sozinhos no quarto na hora de dormir.

Deita-se a criança, dá-se festinhas, miminhos, põe-se musiquinha, ficamos ali enquanto ela se aninha na fralda de pano de barriga para baixo, pernas dobradas e rabo espetado. Ouve-se o chomp chomp da chucha e pensamos confiantes, pronto já está encaminhada, agora é só sair do quarto, sem ela me ver e sem fazer barulho nenhum, que a miúda tem ouvido de tísica e topa qualquer movimento. Faço manobras tipo matrix para ela não me ver pelo canto do olho. Tento pisar aquelas tábuas que sei que não rangem. Parece uma gincana. Uma tábua aqui, depois estico-me toda e piso aquela ali. Visto de fora é uma figurinha muito triste.

Mas no fim acabo sempre por pisar AQUELA tábua que por acaso naquele dia decidiu ranger e só ouço o chomp chomp chomp a parar e uma cabecinha a levantar-se.
E isto acontece mesmo muitas vezes. Rogo as minhas pragas ao chão e toca a voltar à "Casa da Partida".

2 comentários:

Anónimo disse...

Lindo, Inês!!! Amei este post!! E qd as dobradiças da porta decidem começar a ranger tb????? arrrrrrrrrrrrrggggghhhhhh
bjs, clô

Diana Bento disse...

Cá por casa o maior mal não é o chão, mas o calçado que levo nos pés... Mas isso faz lembrar-me das noites em que entrava em casa e esperava que passasse um carro para não se ouvir as tábuas do chão da sala.... :)

Beijos.