3.10.07

A birra das 22h30

é a pior de controlar. É aquela birra que as duas fazem em conjunto quando já era suposto estarem mas é a dormir.

Normalmente a esta hora ainda estou sozinha com elas, por isso sou eu que as deito. E deito-as ao mesmo tempo, porque não vale a pena deitar a Rita primeiro porque enquanto ela sentir o movimento da Nãna por ali, não dorme. E deitar a Joana primeiro tendo a Rita a cirandar pelos corredores também não funciona. Leio a história na cama da Joana com a Rita que não presta a mínima atenção ao que está a acontecer e só se quer pôr em posição de cambalhota ou então põe-se de pé e atira-se para trás à gargalhada.

Depois já em cada quarto, lado a lado, as duas na cama e eu que finalmente quero ir para a sala descansar e não as ouvir. E é aqui que começa a chinfrineira porque as duas me querem a seu lado. Eu até começo cheia de boas intenções, muito controlada e vou aqui e vou ali, miminho aqui, festinha acolá e vamos lá dormir, e música, e luz acesa da casa-de-banho e porta aberta, e ai que a Rita fez agora um cocó, e muda fralda e apanha o boneco que atirou ao chão. Tudo muito mãe perfeita, cheia de pachorra, trá lá lá, trá lá lá.

Mas a coisa descamba num instante e quando estou numa a outra berra, e vice-versa. Acaba invariavelmente comigo aos berros com as duas ao mesmo tempo o que leva a um aumento considerável do volume da birra e o choro deixa de ser aquele lamento fingido e passa a um daqueles muito sentidos.

Aí vejo a cena de fora e parece que estou numa casa de malucos. Eu no meio dos dois quartos, as duas aos berros e eu com uma vontade de ir dar uma volta ao bilhar grande.


Isto não acontece todos os dias (mal de mim, e mal delas também, que até há dias que as deito e ficam uns anjinhos). Mas eu sei sempre quando vai acontecer, porque ouço o meu berro às duas, antes dele próprio sair. E sei que ainda faço pior. E que a partir dali ainda vai ser mais difícil desdobrar-me para as acalmar.

Enfim, sou muito melhor mãe de uma de cada vez.

4 comentários:

Alda Benamor disse...

Acontecia-me PRECISAMENTE a mesma coisa quando as minhas meninas eram bebés. Era esgotante e também eu sentia que estava numa casa de doidos... gritavam elas, gritava eu, era terrível.

A diferença é que elas me faziam isso todos os santos dias...

(mas, e viva a esperança, um dia tudo mudou! De há uns dois anos para cá que é deitá-las, dar um beijo de boa noite, e elas ficam sossegadas até ao dia seguinte)

Anónimo disse...

pois é...apesar de ter só a bázinha sei bem o q isso é. Pq para adormecer é a mãe, a história é a mãe, a oração é a mãe (sim tb faz parte do ritual agradecer ao jesus todas as coisas boas de todos os dias), os pingos no nariz é a mãe. E há alturas em q a mãe dorava ser clonada para poder sentar-se um bocadinho e descansar. Aí sinto-me a por mãe do mundo.
Mas dps do stress, dos mominhos, do segredo q ainda não disse e se lembra já eu vou a caminho da sala, vê-la adormecer tão quietinha...Aí, devagarinho volto á cama dela, componho a roupa e dou-lhe mil e um bjs sem ela refilar nada. É tão bom!

Anónimo disse...

O anónimo sou eu inês - catarina

Umbigo disse...

ahahaha, eu sei! bázinha só há uma, esta e mais nenhuma!