28.7.09

Gostava que a relação da Joana e da Rita fosse um bocadinho mais cúmplice e unida. Anda sempre cada uma para seu lado e lá uma vez por semana se lembram de brincar um bocadinho juntas. Isto fora o tempo em que se estão a dar mal ou à "estalada". Ou a chamar-me para queixinhas constantes.

A Joana não aproveita a companhia da Rita que adora brincar às escolas, aos pais e às mães e ao faz de conta. Tudo depende muito da Joana, que se estiver para aí virada e com alguma paciência, tudo corre bem. Se começa naquele stress que a Rita lhe estraga os castelos na praia ou que lhe pisa não sei o quê, ou que não obedece a tudo o que ela lhe diz, está o caldo entornado. A Rita também tem o seu lado teimoso e muitas vezes não está para isso, dá meia volta e vai-se embora. Depois têm os tais momentos-êxtase em que brincam à gargalhada uma com a outra, normalmente são coisas malucas do género desfazer o sofá todo da sala e andarem por ali aos saltos ou a atirarem-se uma para cima da outra.

Têm 3 anos de diferença e personalidades bem diferentes e é normal que os interesses não sejam partilhados muitas das vezes, mas há tanta coisa que podiam aproveitar uma da outra que muitas vezes me sinto frustrada de as ver tão quezilentas, tão queixinhas e tão pouco solidárias. Já não é a primeira vez que a Joana ao ver-me ralhar com a Rita, se põe do meu lado a cascar na irmã. Já aconteceu, há algum tempo atrás, ela fazer precisamente o contrário e dizer-me oh mãe, coitadinha da Rita, deixa-a lá. Mas ultimamente junta-se ao ralhete e ainda põe água na fervura. É logo recambiada para o outro canto da casa.

Na escola sinto que a Rita se pendura muito na irmã naquele momento da separação ainda doloroso. Ou assume logo que é para a choradeira e lá fica ao colo de alguma auxiliar ou então fica ali à beirinha do choro, mas a aguentar-se quase quase no limite. Nesses dias, como hoje, pede a mão à Joana e quer ficar colada ela. A Joana revira os olhos e como 4 anos depois de ter entrado para a escola e adorar a escola, ainda tem o seu momento congelante quando lá chega em que demora uns minutos a mudar para "modo-escola", fica doida de ter que ficar a dar-lhe a mão. Muitas vezes recusa e anda a Rita atrás dela a pedinchar a mão e ela a fugir a dizer oh mãe! Nestas alturas exijo que ela seja melhor irmã, mais amiga e porto seguro da Rita. Mas a maior parte das vezes não consigo. Fico triste e desiludida com ela. Estarei eu a exigir demasiado?

Pergunto-me se isto virá da maneira como foram criadas até agora ou se é mesmo assim. O que poderíamos ter feito para elas serem mais unidas? Se isto muda com o tempo, se é uma fase como nós gostamos de apelidar a algo com o qual não concordamos e queremos que passe... Ou se é uma coisa natural com a qual nem me devia preocupar.

4 comentários:

Anjo De Cor disse...

Inês esse teu relato é normal...acho que estas a "exagerar" um bocadinho... ao leer o teu texto andei muitos anos no tempo e lembrei-me de quando eu e a minha irmã com tb 3 anos de diferença andavamos por vezes aos beijinhosa e abraços e outras vezes quase ao estalo... fomos crescendo e outros problemas surgiram para poder sair a noite tinha que levar sempre a minha irmã mais nova ... com os anos as diferenças deixaram de existir e somos o apoio muitas vezes uma das outras porque ainda tenho outra irmã mais nova.
Vejo que muitos pais tratam os filhos de maneiras diferentes e isso é que cria má relação entre o irmãos começa em peqwuenos e acentua-se com a vida adulta... ciumes, preferências, mexericos... isso sim é chato.
Beijinhos para a SUPER mãe ;)

Anabela disse...

Olá, boa noite! Li este seu post e só me pude identificar com a história! Lembro-me muito bem, e até gosto de brincar com isso, de quando eu e a minha irmã eramos pequenas. Temos só 20 meses de diferença, por isso existia muita competição, queríamos ter a última palavra! E lembro-me que até nos agrediamos fisicamente, até me envergonho desses disparates. E também tinhamos aquelas alturas que dependiamos uma da outra para tudo! A minha mãe mostrava alguma preferência pela minha irmã, talvez por ser mais nova (não muito, mas acontece, al´guém tem que o ser) e porque ela, supostamente, era mais calma do que eu! Isso irritava-me porque me sentia incompreendida! Mas lá nos explicavam que, como eramos irmãs, tinhamos que nos dar bem porque tinhamos todos os ingredientes para sermos as melhores amigas uma da outra! E eu tinha a tarefa de proteger a minha irmã, que quem me dera tivesse eu quem me protegesse, mas com insistência, paciência e carinho, crescemos como preferidas uma da outra! Até hoje tenho aquele sentimento de que tenho que ser protectora, mas a fase dos disparates passou!
O melhor é encarar isto com naturalidade, até para não criar frustração nas próprias crianças. Controlar e servir com imparcialidade, mas confiando de que elas irão conseguir saber resolver estes seus problemas. Apenas estão a crescer e a aprender a lidarem com as persoalidades de criança (que são todas egocêntricas) e partilhar o espaço com outro alguém! Não sei se me fiz entender; pelo menos que dê uma luzinha! Ah! Uma coisa que nos desarmava e que o faço com o meu filhote, é que, quando entravamos em conflito, a minha mãe abraçava-mos e dava-nos muitos beijos, que já não nos lembravamos de mais disparates! Os mimos são contagiosos!...

Umbigo disse...

obrigada pelos comentários. pois eu sei que isto não é prenúncio que se darão mal quando crescerem, só tenho pena que não aproveitam mais a companhia uma da outra enquanto são crianças.
beijinhos,
Inês

Unknown disse...

Eu percebo-te. Eu e a minha irmã só nos começámos a dar bem quando viemos para Lisboa. Eu tinha 18 anos!!! E agora damo-nos lindamente. Mas antes era um inferno. Eu era pacífica mas ela era um terror. Tudo tinha que ser como ela queria e eu até alinhava, excepto se tinha amigas em casa, aí ignorava-a. Enfim! Crianças.

Eu só tenho uma filha e tenho pena que não brinque com alguém do tamanho dela. :(
Beijinhos