Gostam dos filhos mesmo quando eles lhes vomitam em cima. Ou quando se atiram para o chão em modo-birra à frente de 950 mil pessoas num centro comercial. Ou quando não fazem os trabalhos de casa ou quando riscam os sofás da sala com canetas das lojas dos chineses. Daquelas não-laváveis.
As mães adoram os filhos, mas há coisas que os filhos fazem que as irritam solenemente. Tanto como uma enxaqueca ou um alfinete espetado no sistema nervoso central.
As mães são muito asseadas e gostam de ver os filhos lavadinhos, bem cheirosos e penteados. E assoados. As mães abominam gorilas a saírem dos narizes dos filhos. Não gostam que vão para a rua cheios de remelas nos olhos e não gostam que os filhos deixem dedadas nas paredes.
Não gostam que os filhos mintam, apesar de secretamente acharem graça ao raciocínio elaborado que fazem para se safarem. As mães detestam que os filhos as interrompam quando falam ao telefone. Esta só é comparável a levantarem-se seiscentas vezes da cama depois de serem deitados. E não gostam que não puxem o autoclismo ou que deixem a bancada da casa-de-banho cheia de pasta de dentes e água por todo o lado.
Não gostam que façam birra porque têm que lavar a cabeça ou porque não querem cortar as unhas. Acreditem que não iam gostar de ver as unhas a enrolar quando já estivessem mesmo muito grandes. Aqui em casa já chegámos ao ponto de ter que ser mostrado o senhor recordista do Guiness.
As mães não gostam que os filhos atirem os casacos para o meio do chão. Seja na escola, no carro ou em casa. Não gostam, ou melhor, abominam queixinhas. Só em perigo de morte é a máxima cá em casa. Género ó mãííí a Rita está a enfiar os dedos das tomadas e ao mesmo tempo ligou um secador ao pé de uma bacia com água e ao mesmo tempo que está empoleirada na coluna dos dvd's que já está assim um bocadinho inclinada para a frente. Assim sim, mas não há meio de entrar naquelas cabeças.
As mães não gostam mesmo nada que os filhos comam de boca aberta. E sonham com o dia em que os filhos interiorizem isso. Não gostam do festival de comida à volta do prato e por isso já enchem mais o prato a contar com o que virá cá para fora.
Os filhos têm por defeito mãozinhas de manteiga. Deixam cair tudo, quer sejam os ovos enquanto fazemos bolos ou então o montinho de cromos no meio da estrada quando vamos a atravessar a rua. As mães ficam passadas com mãozinhas de manteiga. Mas em muitas situações também têm e os filhos fazem questão de assinalar esses momentos.
As mães não gostam de preguicites agudas selectivas. Os filhos estão muito cansados para atar os sapatos sozinhos, mas depois são capazes de estar 24 horas de seguida a fazer pinos-roda na praia. As mães não gostam quando os dois filhos adormecem no carro e os têm que levar ao colo, mais as compras do supermercado, mais malas de escola e lancheiras. As mães queriam ser elas levadas ao colo.
Nos dias em que saem com as amigas, as mães não gostam de ter que explicar aos pais da crianças tudo sobre os filhos como se fossem eles as crianças. Gps para sítio do pijama, cuecas e meias. E tudo o resto.
As mães não gostam quando os filhos descobrem os sítios das surpresas cá em casa. E não gostam quando brincam aos cabeleireiros com as filhas pequenas e lhes arrancam metade da cabeleira com ar misto de celestial-maquiavélico. As mães não gostam quando os filhos não se calam no cinema. As mães gostam mesmo muito de filmes de animação. E estão desejosas de os ver nas versões não dobradas.
As mães não gostam de ter que conhecer as casas-de-banho de todos os restaurantes a que vão com os filhos mesmo que tenham feito xixi em casa antes de sair e cheguem lá e não façam nada. Os filhos gostam mesmo muito de ir a casas-de-banho públicas. As mães não gostam.
As mães não gostam quandos os filhos crescem tanto que de repente já não lhes conseguem dar colo. Ou só conseguem dar colo enquanto estão sentadas no sofá e quando o fazem, deixam de ver o que se passa à sua volta de tão grande que a criança está. As mães gostam muito de filhos pequeninos. Também gostam muito dos filhos grandes. Mas não gostam de já não poderem dar colo.
As mães não gostam mesmo nada que as crianças interrompam as conversas que estão a ter com outros adultos. São capazes de ignorar os filhos até estes começarem a espumar. E não gostam quando dizem coisas constrangedoras no elevador enquanto têm muitos pares de olhos concentrados neles. As crianças deviam poder andar sozinhas nos elevadores. Aliás, devia ser proibido andar com crianças e com adultos desconhecidos nos elevadores ao mesmo tempo.
As mães não gostam de chuva. Dias chuvosos em que têm que levar os filhos à escola e chove torrencialmente. As galochas são uma boa invenção, mas as mães têm que se manter a milhas para não levarem com um tsunami de poças em cima. E as mães são supersticiosas e como tal, não gostam que os filhos abram os guarda-chuvas dentro de casa 650 mil vezes.
As mães gostam que os filhos se dêem bem. Não gostam que se batam, nem que se insultem. Nem que façam corridas por tudo e por nada. Nem que tenham ciúmes um do outro. No coração de uma mãe, há tanto amor para dar, que chega para um rancho de filhos. Mesmo quando eles fazem coisas que elas não gostam. Mesmo que lhes vomitem em cima. Uma mãe é uma espécie de malinha de Sport Billy. Tem espaço para muita coisa e ainda mais um bocadinho.
As mães adoram os filhos, mas há coisas que os filhos fazem que as irritam solenemente. Tanto como uma enxaqueca ou um alfinete espetado no sistema nervoso central.
As mães são muito asseadas e gostam de ver os filhos lavadinhos, bem cheirosos e penteados. E assoados. As mães abominam gorilas a saírem dos narizes dos filhos. Não gostam que vão para a rua cheios de remelas nos olhos e não gostam que os filhos deixem dedadas nas paredes.
Não gostam que os filhos mintam, apesar de secretamente acharem graça ao raciocínio elaborado que fazem para se safarem. As mães detestam que os filhos as interrompam quando falam ao telefone. Esta só é comparável a levantarem-se seiscentas vezes da cama depois de serem deitados. E não gostam que não puxem o autoclismo ou que deixem a bancada da casa-de-banho cheia de pasta de dentes e água por todo o lado.
Não gostam que façam birra porque têm que lavar a cabeça ou porque não querem cortar as unhas. Acreditem que não iam gostar de ver as unhas a enrolar quando já estivessem mesmo muito grandes. Aqui em casa já chegámos ao ponto de ter que ser mostrado o senhor recordista do Guiness.
As mães não gostam que os filhos atirem os casacos para o meio do chão. Seja na escola, no carro ou em casa. Não gostam, ou melhor, abominam queixinhas. Só em perigo de morte é a máxima cá em casa. Género ó mãííí a Rita está a enfiar os dedos das tomadas e ao mesmo tempo ligou um secador ao pé de uma bacia com água e ao mesmo tempo que está empoleirada na coluna dos dvd's que já está assim um bocadinho inclinada para a frente. Assim sim, mas não há meio de entrar naquelas cabeças.
As mães não gostam mesmo nada que os filhos comam de boca aberta. E sonham com o dia em que os filhos interiorizem isso. Não gostam do festival de comida à volta do prato e por isso já enchem mais o prato a contar com o que virá cá para fora.
Os filhos têm por defeito mãozinhas de manteiga. Deixam cair tudo, quer sejam os ovos enquanto fazemos bolos ou então o montinho de cromos no meio da estrada quando vamos a atravessar a rua. As mães ficam passadas com mãozinhas de manteiga. Mas em muitas situações também têm e os filhos fazem questão de assinalar esses momentos.
As mães não gostam de preguicites agudas selectivas. Os filhos estão muito cansados para atar os sapatos sozinhos, mas depois são capazes de estar 24 horas de seguida a fazer pinos-roda na praia. As mães não gostam quando os dois filhos adormecem no carro e os têm que levar ao colo, mais as compras do supermercado, mais malas de escola e lancheiras. As mães queriam ser elas levadas ao colo.
Nos dias em que saem com as amigas, as mães não gostam de ter que explicar aos pais da crianças tudo sobre os filhos como se fossem eles as crianças. Gps para sítio do pijama, cuecas e meias. E tudo o resto.
As mães não gostam quando os filhos descobrem os sítios das surpresas cá em casa. E não gostam quando brincam aos cabeleireiros com as filhas pequenas e lhes arrancam metade da cabeleira com ar misto de celestial-maquiavélico. As mães não gostam quando os filhos não se calam no cinema. As mães gostam mesmo muito de filmes de animação. E estão desejosas de os ver nas versões não dobradas.
As mães não gostam de ter que conhecer as casas-de-banho de todos os restaurantes a que vão com os filhos mesmo que tenham feito xixi em casa antes de sair e cheguem lá e não façam nada. Os filhos gostam mesmo muito de ir a casas-de-banho públicas. As mães não gostam.
As mães não gostam quandos os filhos crescem tanto que de repente já não lhes conseguem dar colo. Ou só conseguem dar colo enquanto estão sentadas no sofá e quando o fazem, deixam de ver o que se passa à sua volta de tão grande que a criança está. As mães gostam muito de filhos pequeninos. Também gostam muito dos filhos grandes. Mas não gostam de já não poderem dar colo.
As mães não gostam mesmo nada que as crianças interrompam as conversas que estão a ter com outros adultos. São capazes de ignorar os filhos até estes começarem a espumar. E não gostam quando dizem coisas constrangedoras no elevador enquanto têm muitos pares de olhos concentrados neles. As crianças deviam poder andar sozinhas nos elevadores. Aliás, devia ser proibido andar com crianças e com adultos desconhecidos nos elevadores ao mesmo tempo.
As mães não gostam de chuva. Dias chuvosos em que têm que levar os filhos à escola e chove torrencialmente. As galochas são uma boa invenção, mas as mães têm que se manter a milhas para não levarem com um tsunami de poças em cima. E as mães são supersticiosas e como tal, não gostam que os filhos abram os guarda-chuvas dentro de casa 650 mil vezes.
As mães gostam que os filhos se dêem bem. Não gostam que se batam, nem que se insultem. Nem que façam corridas por tudo e por nada. Nem que tenham ciúmes um do outro. No coração de uma mãe, há tanto amor para dar, que chega para um rancho de filhos. Mesmo quando eles fazem coisas que elas não gostam. Mesmo que lhes vomitem em cima. Uma mãe é uma espécie de malinha de Sport Billy. Tem espaço para muita coisa e ainda mais um bocadinho.
18 comentários:
DEMAIS!!
Gostei tanto Inês.....
Lindo, lindo, lindo :)
bjoca gd. tu és uma Super Mãe!
Perfeito!
Tantas verdades...
Bjs
Pois é tudo verdade, verdadinha.É sempre bom ter alguém que nos relembre estes "pormenores" de vez em quando. Há alguns que já não me lembrava, obrigada...ainda para mais nesta altura....ehehe
bjo
FR
Lindo!! Só verdades! bjs
Lindo!! Só verdades! bjs
Gps para sítio do pijama, cuecas e meias! ahahahh
perfeito... parece que nem conhecem os filhos ou entraram lá em casa!!!
Ai Inês!!! É mesmo isto tudo!!! Tudinho!!!
Ahahah
Beijinhos
Muito bom Inês, muito bom mesmo!
É um fotocópia das minhas filhotas e a tristeza, a tristeza de já não poderei dar colo...
Beijinhos
Carla Amaral
Que momento de inspiração! ou de desabafo! ou de ... saudades antecipadas! está tudo aí!
Bonito, Nica!
beijinho grande
Que delícia, Inês. Como resumiste bem este dilema de amor e cansaço que é ser mãe todos os dias. Eu cá ando numa fase, Jesus, tirem-me deste filme só um bocadinho...
O Chapéu Solidário
É tudo verdade e também reconfortante saber que não estou só, partilho com todas as mães os mesmos dilemas.
MRamos
Eu ainda diria mais... "as mães são bué de fixes"...
Está óptimo, Inês!
Tens um jeito muito grande para escrever como o teu Pai.
Já pensaste começar a escrever um livrinho? Força!
Beijinho
O Ginkgo biloba das Forças Armadas
Porreta!!!
Esta Excelente ;)
Parabéns! deve ser uma boa mãe ;)
ri-me tanto!
Adorei tanto tudo que te peço autorização para copiar o texto e fazer um poster gigante para colar numa parede cá de casa! Parabéns a todas as SUPER-MÃES e a ti em especial que ainda tiveste paciência para escrever o texto!!!!
Um grande beijo mãe-inês-vomitada
Sara Mimiko
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