agora bichinhos esquisitos tipo aranhões microscópicos que saltam tipo pulguinhas é que já areia a mais para o meu camião.
Anteontem com o calor que esteve, tive as janelas da cozinha abertas o dia todo, incluíndo fim de tarde já com as luzes acesas e hora de jantar. Enquanto arrumava a louça começei a reparar nuns bichos, estes que descrevi, por todo o lado. Fáceis de aniquilar, mas mais que as mães. Enervada e já cheia de comichões andei feita louca à procura de uma batata podre ou de uma maçã que tenha rolado para um canto em estado de decomposição. Nada. Continuei a exterminá-los enojada. Não paravam de aparecer à minha frente, parecia gozação organizada.
O Nuno que chegou mais tarde e que me apanhou à beira de um ataque de nervos, desfigurada pela mórbida tarefa, também andou de rabo para o ar à procura da fonte. Quando de repente me diz Inês... com aquela voz de quem está à beira de me dar uma má notícia mas que não pode falar muito alto para não acordar o monstro. Olha... e aponta para o tecto.
Eram tantos. Colados no tecto da minha linda cozinha. Tantos.
Armei-me de aspirador em punho, tipo ghostbuster e eles nem reagiram. De repente estavam ali e depois já não estavam. Nem sabem o que lhes aconteceu à vida.
Depois lá vi que também havia vários colados aos vidros do lado de fora da janela. Percebi que como tenho um jardim e lagos mesmo à beira da minha janela, seria dali que eles vinham. Por causa do calor fora de horas, digo eu. Porque nunca tinha visto tal coisa.
Bichos tão estranhos. É a contrapartida deste calor outonal. Não podemos querer tudo.