30.4.09

Há alturas

em que eu desço ao nível das crianças. Descer não é bem o termo certo, até porque há crianças que têm muito mais nível que certos adultos, mas pronto, fiz-me entender. São situações em que me pico com "ofensas" às minhas filhas ou com rezinguices dos miúdos que me fazem mais comichão a mim do que a elas.

Uma destas situações aconteceu nas férias no Norte em que estávamos numa praça e as meninas andavam a brincar à volta de uma fonte. Estavam lá mais três meninas juntas aí com 5 anos muito provocadoras e chatas que se metiam com a Joana a dizer que elas eram "mais grandes" do que ela e por aí fora. Aqui mantive-me de fora a observar a maneira como a Joana dava a volta à questão.

A Rita que andava para ali aos saltos, tipo não é nada comigo, vou mas é subir aqui mais um murinho a ver se elas não dão conta que eu existo. Mas deram e começaram a chamá-la de bebé. Às tantas o volume subiu e estavam as três muito irritantes em coro a correr atrás da Rita enquanto diziam bé-béé! bé-béé! bé-béé! Ouvia-se na praça toda e as mães daquelas meninas não estavam por ali para as porem na ordem.


Eu gosto muito de crianças, mas fico doida com miúdos parvinhos com o rei na barriga, que têm determinados comportamentos só porque estão em grupo e cujo ponto alto do dia é quando gozam com outra criança. De modo que subiu-me a mostarda ao nariz e descompus as miúdas até ao tutano. "Assim hão-de ter muitos amigos." rematei enquanto virava as costas. Depois lá me lembrei que eram só crianças. Parvas por sinal, mas crianças. E que tudo isto faz parte.

Mas pronto, a Joana bateu-me palmas e a Rita sentiu-se vingada e eu lá regressei do meu papel de mãe leoa protectora das crias para o meu estado normal.

29.4.09

A Rita tem destas coisas.

Nas férias andou com uma impressão no dedo do pé e então nas viagens de carro punha-se sempre nesta figura. A toalhita entre o dedão e o vizinho alivia-lhe as queixas.

Pura auto-medicação.

28.4.09

Ontem foi dia de estreia

das duas no dentista. Passada a fase do histerismo da Joana cada vez que se falava nisto e com a ajuda da minha amiga Catarina que a deslumbrou com a visão divertida da dentista da filha, lá fomos nós as três todas lampeiras, nada de choros, nem dramas nem dores de barriga. A Rita nestas coisas é muito descontraída, vai ao médico como se fosse à praia e só estrabucha se lhe metem uma seringa à frente dos olhos.

A dentista era absolutamente ideal para uma primeira vez. A bata com ursinhos Pooh, uma caixa com surpresas prometida para o fim e todos os instrumentos metálicos transformados em varinhas de condão e ventos da Sininho e até as massas cor-de-rosa que ela dizia serem da Hello Kitty. Muita conversa para conquistar a Rita, que esteve sempre ao meu colo, eu deitada toda repimpada na cadeira de dentista, mas com a vantagem de não ter que abrir a boca. Ela em cima de mim calminha mas desconfiada, obedeceu a tudo o que a médica lhe pedia.

O tal buraquinho que eu via no canino era mesmo uma cárie e ao lado outra. Três anos e já tem cáries nos dentes de leite, fiquei chocada. Biberon dentro da cama está totalmente proibido. Diz a médica que cada vez aparecem crianças mais pequenas cariadas precisamente por causa dos biberons na cama e dos leites açucarados.

A Joana estava calmíssima e muito cómica com os meus óculos escuros porque não suportava a luz em cima dos olhos. Deixou fazer tudo e colaborou tranquilamente. Nada de cáries mas muito tártaro que foi todo raspado.

Agora só lá voltam daqui a 6 meses, algo que entristeceu a Joana que queria voltar lá ainda no Verão. Um sucesso portanto. Eu é que acabei engasgada quando vi a conta no fim. Acho que a médica da bata dos ursinhos vai ficar mas é pelo caminho. Tenho muita pena, mas meu rico dinheirinho.

23.4.09

No fim-de-semana

tive uma supresa. A minha amiga Patrícia que está a começar a dar os primeiros passos na arte de fazer bonecas, ofereceu-me esta linda chinesinha inspirada na Chiny. Foi a sua primeira boneca e foi para mim!

Obrigada Patrícia e força nesta aventura! Tenho a certeza que vais fazer coisas lindas.

Ontem tive o privilégio

de conhecer a Ana Faria. Lançou mais um livro com histórias escritas por ela e com ilustrações também da sua autoria. Livros com histórias muito bonitas e desenhos lindos.

Quando era pequena tinha todos os discos dos Queijinhos Frescos e o Brincando aos Clássicos. O primeiro volume deste último foi reeditado em cd e cá em casa adoramos, até porque neste disco consta uma música da Rita que lhe serve como uma luva, porque é sobre uma menina chatinha para comer. E outra da Joana que adora festas. Mas há tantos outros que podiam ser reeditados e que pelo que percebi não há editoras interessadas. Este 1º volume do Brincando aos Clássicos esgotou em pouco tempo por isso é sinal que alguma procura haverá.


A partir de uma amiga, fiquei a saber que há um blog onde há uma petição para reeditar a discografia da Ana Faria. Eu sou saudosista por natureza e por isso vibro como tudo o que seja do meu tempo de criança. Neste caso as músicas são lindas, a voz da Ana Faria é magnífica e as músicas muito divertidas. Vamos lá assinar a petição. Aqui (do lado direito mais cá para baixo).

Se quiserem matar saudades ouçam aqui ou aqui.

22.4.09

No passado sábado


participei no workshop de origami na Maçã Riscada. O sítio não podia ser melhor. É uma loja que me irrita profundamente porque apetece comprar tudo! Tem coisas lindas de vários artesãos portugueses, entre elas algumas umbiguices. A loja é apetitosa e a Patrícia é uma simpatia.

O workshop foi ministrado pela Maria José dos Quadradinhos de Papel e eu estou a anos-luz de toda aquela perfeição. Aprendi a fazer umas caixinhas que me podem ser úteis para embrulhar umbiguices e muitas outras coisas cheias de dobrinhas e dobrinhas e dobrinhas e vincos e mais vincos. Adorei. E deliciei-me completamente com os papelinhos, qual deles o mais bonito.

Ontem e mesmo a propósito estive a tarde toda a dobrar mais de uma centena de
quantos-queres para vários Baptizados. Quando acabei não conseguia dobrar o pulso esquerdo e não conseguia mexer o dedo indicador da mão direita. Se calhar estou a precisar de um workshop de exercícios de aquecimento para origamis. Até já estou a imaginar os meus dedinhos de fato de treino a fazerem flexões e abdominais ao som de Ivete Sangalo.

20.4.09

Ainda das férias


Ficámos a dormir numa aldeia perdida no tempo chamada Marialva onde um casal decidiu recuperar uma série de casas em ruínas e transformá-las em casas acolhedoras com todo o conforto. As Casas do Côro ficam ali muito perto de Foz Côa e foram o ponto de partida para as nossas férias.

Tínhamos uma casinha só para nós, com dois quartos forrados em madeira aconchegante, uma sala com lareira e ainda uma kitchnette que nos deu jeito para jantarmos quase todos os dias. O pequeno-almoço era divinal, tinha uns croissants caseiros de cair para o lado, mini-pasteis de nata acabadinhos de fazer, sempre quentinhos, vários sumos naturais, bolinhos caseiros, enchidos deliciosos, doces muito saborosos, enfim, um regalo para comilonas como eu. Tudo servido numa sala linda e acolhedora.

A aldeia é muito pequena, mas está toda recuperada e dá um bonito passeio. Foi pena não ter dado para usufruir da piscina com vista para o Castelo.

Gosto de aldeias, de castelos e de passeios em família. Gosto tanto de laurear a pevide que passava a vida nisto. Gosto de saber que são passeios que já lhes ficam na memória. E que são memórias muito boas.

16.4.09

Foi dia 7 de Abril. Com 3 anos e uns pozinhos.


Não planeámos nada. A saga da chucha estava adiada para as férias do Verão. Mas na 3ª feira depois do jantar não a encontrávamos mesmo. Ocorreu-me a mim, Sra. D. Avessa à mudança e tudo o que são cortes traumáticos ou nem por isso que o timing era perfeito. Mantinhamos a história de que a chucha não aparecia e aguentávamos o barco durante o resto das férias.

Nesse dia ela tinha acordado antes das 8 da manhã e não tinha dormido nem um minuto no carro por isso estávamos optimistas com a possibilidade dela não demorar muito a adormecer. Fiquei ao lado dela enquanto me implorava que a encontrasse. Depois passou para cantorias sem fim e conversetas cheias de risota. De repente parava e choramingava, mas sem grandes dramas. Passado uma hora adormeceu. Fiquei espantada de mesmo assim ter sido tão rápido.

A noite não foi muito boa, mas mais por causa da tosse que por outra coisa. Mas de manhã acordou cedíssimo a implorar pela sua pê-pê enquanto lhe corriam lágrimas gordas pela cara abaixo. Doeu-me até à alma, mas não lha dei. Dormiu mais um bocadinho e acordou muito bem disposta.


Como não gosto de assuntos pendentes achei que ela devia ter o direito a ver a sua chucha uma última vez para arrumar o assunto definitivamente. Lembrei-me que quando saíssemos para o pequeno-almoço eu podia pôr a chucha ao pé dos carros estacionados e dizer que devia ter caído ali ontem à noite e que um carro a tinha atropelado. Mas antes tive que lhe dar um corte de maneira a que, se ela a quisesse usar, seria impossível.

Assim foi, andámos de rabo para o ar com a cumplicidade da Joana e lá encontrei a sua preciosidade. Demos tareia no carro cinzento que estava lá ao lado e ela acreditou piamente que tinha sido ele que tinha atropelado o seu tesouro. Estas fotos mostram a sequência da reacção dela. No fim mais triste, mas conformada. Arrumou o assunto de tal forma que nunca mais a pediu.

Desde então demora um bocadinho mais a adormecer, porque falta-lhe o poder de indução de sono que a chucha lhe proporcionava, mas nunca a pede. Dá ideia que fechou o assunto e que se conformou que não a vai voltar a ter. Não se lembrou das outras tantas que descobriu no outro dia nem me pediu para comprar uma nova. (Porque será que nunca lhes passa pela cabeça que de onde veio esta, há muitas mais?) Esta semana dei por mim a fugir a sete pés do corredor das fraldas e chuchas no supermercado para ela não ter ideias.


E conta a história a toda a gente. Resume que a pê-pê foi atropelada por um carro cinzento e que ficou cortada. Anda muito mais vivaça, pede menos colo, fala mais e canta muito, a toda a hora. Aquele entorpecimento que a chucha lhe causava e que às vezes chegava a ser um bocadinho angustiante, desapareceu.

Só me resta dizer que estou assim a transbordar de orgulho na minha Ritinha porque acho que foi muito corajosa, foi decidida, chutou a bola prá frente e não dramatizou. Imagino como deve custar reaprender a viver sem chucha, ela que estava 24 horas com ela na boca. De vez em quando e se estiver mais entediada, agarra-se à fralda de pano e rói-lhe os cantos até ficarem a pingar. Mas logo se distrai com qualquer coisa e esquece a fralda.

Na escola tem dormido bem a sesta e no primeiro dia ficou muito bem quando a deixei. Estes últimos três dias tem ficado a chorar mas penso que é porque lhe falta aquele confortozinho inicial de ainda poder chuchar um bocadinho quando me vou embora. Mas há-de passar.

Um conselho para quem quer tirar a chucha ao rebento é ter apenas uma que pode sempre sofrer este tipo de "acidente". Esqueçam as 10 chuchas na escola, 10 chuchas dentro da cama e 10 chuchas em casa dos Avós. Se tivéssemos disso cá em casa acho que ela só deixaria a chucha com 30 anos. Mais viciada do que a Rita, não havia, garanto-vos. E se com ela foi tão fácil, com os miúdos que só usam para dormir, faz-se com uma perna às costas.

As outras tantas estão agora escondidas num sítio bem alto a que só chegará quando tiver 18 anos!

15.4.09

Lamento desapontar as mentes procriadoras

que proliferam por aí mas aviso já que não estou grávida.

Acho engraçadíssimo terem concluído isso a partir daquela foto (???), mas gostei da explicação da Lua da Alice de que eu teria vomitado ali perto e a Rita estaria a fugir a sete pés. O que eu já me ri com os vossos comentários. Obrigada.


Muitas andaram bem pertinho à volta da história da chucha. Mas houve uma pessoa que acertou na mouche:
Aquela foi de facto a ÚLTIMA fotografia que tirei à Rita com a chucha na boca.

E sem consciência disso.

Num próximo post conto a história, mas é com muito prazer que anuncio que a minha chupetodependentedependentedependente já não usa pê-pê! Eu sei que para vocês é igual ao litro e estou aqui eu quase em êxtase com a façanha. Mas para quem a conhece, sabe que uma coisa destas nesta altura parecia quase impossível.

Mas correu tão bem que até irrita o drama que eu previ. Notinha mental: não sofrer por antecipação.

De regresso

do Norte onde palmilhámos 2000 quilómetros em 5 dias (incluindo viagens de ida e volta). Corremos o Douro e Trás-os-Montes de uma ponta à outra. Muitos rios, muitas pontes e barragens, muitas aldeias históricas todas em xisto, com castelos e Igrejas castiças, muitas paisagens de cortar a respiração porque o Norte é mesmo lindo de morrer.

Fomos tarde para as amendoeiras que já estavam praticamente todas despidas de flores. E fomos cedo para ver as encostas cobertas de verde das vinhas, que nesta altura ainda estão a começar a romper e por isso a cor base é o castanho. Mas a paisagem é linda na mesma. E é engraçado como quintal-sim quintal-sim há vinhas cultivadas.

As meninas adoraram o passeio. Apesar de tantas horas passadas dentro do carro com muitas curvas à mistura, que por ali não há 100 metros a direito, elas nunca se queixaram, desde que fosse a tocar sempre um disco delas. Levei quinhentos, claro e foram vitais para a sanidade mental de todos. Apesar de chegar ao fim das férias e já vomitar Mamma Mia por todos os poros. Mas elas iam felizes e nós também.

Paragens obrigatórias quando encontrávamos uns spots só para nós ao pé de um rio ou de uma cascata onde fazíamos pic-nics ou desentorpecíamos as pernas e a cabeça. Houve um que até tinha um parque infantil só para nós, à beira de um lago, que caiu do céu depois de algumas horas dentro do carro. Foi perfeito.

Terras preferidas: Pinhão e toda a zona do Douro, incluindo a passagem pela ponte por cima do rio Tua, cuja vista é um verdadeiro assombro (no bom sentido), Bragança, Torre de Moncorvo, Trancoso e depois as aldeias históricas de Marialva, Castelo Mendo e Castelo Rodrigo que deixaram saudades.

Justify Full
Em Foz Côa fomos ver as gravuras rupestres que me surpreenderam pela positiva. Este dia foi muito giro, pois fomos num jeep para o Parque do Vale do Côa, passámos por cima ou melhor, dentro de um rio e as miúdas ficaram em completo êxtase. Há três pontos de gravuras e nós só fomos ver um deles. Dava para ver claramente os desenhos de há 20 mil anos atrás e o sítio era lindíssimo.

Fora os ataques de parvoeira nos restaurantes que lhes davam de vez em quando e as noites cheias de tosse da Rita e consequente "madruganço", as meninas andaram umas queridas e foram umas super-companheiras de viagem. Achei que se iam aborrecer de morte, mas enganei-me. Agora já tenho saudades. Apetecia-me estar no laró outra vez. Só pedia mais umas horinhas de sono.

Este Castelo tinha um pequeno altar e como não estava ninguém por ali brincámos um bocadinho à Bela Adormecida. Fomos todas "Pincesas" claro está e o Pai foi um Príncipe à altura.

14.4.09

Ainda não consegui

organizar as 300 mil fotografias que tirei nestas férias no Norte. Por isso fica aqui apenas uma. Uma fotografia que é muito mais importante do que parece.

Quem quiser mandar palpites do porquê da importância dela, está à vontade. Quem já sabe da novidade, não vale : )

3.4.09

Pior ideia que tive nos últimos tempos

Levá-las ao parque dos insufláveis da Serafina depois da escola. Num dia frio e cinzento. Não deve haver sítio mais feio e deprimente para os miúdos brincarem. Está tudo maltratado, velho, frio e sujo. E paga-se. A uma senhora muito mal-encarada. Pudera, a trabalhar ali também eu estaria com uma tromba de metro.

Andei a resistir durante muito tempo, mas agora já não me apanham lá mais. Ficou visto e esquecido.

Outro sítio que deixa muito a desejar são as casinhas do Jardim Zoológico, aquelas perto da entrada, casinhas pequeninas onde eu brincava imenso quando era pequena. A Joana gosta muito de ir para lá mas depois de várias "não mexas aí, não toques nas paredes, não te sentes no chão, aaaaaaaaa, que nojo vamos embora!!", acaba por desistir. Estão sujas, cheiram muito mal, estão degradadas e grafitadas.

No outro dia estava um casalinho lá dentro fechado numa casa onde por acaso a Joana estava a tentar entrar. Fui logo falar com o senhor da entrada que os correu dali para fora. Era só que faltava. Está tudo parvo. É pena, lembro-me de como me divertia a brincar por ali com loucinhas que trazia de casa. Já estariam sujas nessa altura?

1.4.09

Ontem à noite

foi hora da gulodice a seguir ao jantar. Cookies de chocolate tiradas deste site fabuloso, dica do meu cunhado João que é um gourmet de primeira.

Acabados de sair do forno, ficam qualquer coisa de cair para o lado, com as pepitas de chocolate ainda a derreter. Pusémos menos do que está na receita, porque as barrigas aqui de casa ainda não estão totalmente curadas e não permitem maluqueiras. No dia seguinte imita-se o cookie acabado de sair do forno, pondo uns segundinhos no microondas antes de comer.

Uma perdição.